sexta-feira, 16 de setembro de 2011





A ação “As Quatro Estações” realizou a exposição “Vaso de Flor” em quatro espaços da cidade de Belo Horizonte. A proposta do Museu Mineiro, da Superintendência de Museus e Artes Visuais, da Secretaria de Estado de Cultura de Minas Gerais se iniciou como uma ação proposta para a programação Primavera de Museus 2011 – “Mulheres, Museus e Memórias”, do Ibram.  A ação consiste na exposição de um vaso de flor em uma vitrine e entrevistas com os espectadores ao qual a proposta é destinada.  “As Quatro Estações” é uma homenagem a Alberto da Veiga Guignard, um homem que amou as mulheres, um artista, um dos maiores pintores do gênero, das flores e objetos, na arte brasileira. Após ser apresentada na plataforma do Metro/BHZ o projeto itinerou para o Instituto Geriátrico Afonso Pena, Complexo Penitenciário Feminino Estevão Pinto e Maternidade Odete Valadares.

Junto ao objeto exposto, um agente da ação educativa da Sumav/Museu Mineiro buscou a atenção do espectador, propondo uma entrevista. As entrevistas serão transcritas com a permissão do entrevistado. O texto transcrito, depoimento individual em torno do objeto exposto, comporá uma narrativa que fará emergir lembranças e memórias coletivas. No Museu, as memórias orais transcritas tornam-se documentos.  Tangidas pela arte da escrita, pelas mãos de artistas escritores, poderão tornar-se a matéria-prima para a criação literária.

Em desenhos de formas, em aromas e odores que atraem e, às vezes, repugnam, a flor preserva, entre sépalas, pétalas, estames e carpelos, uma estrutura viva.  Delicada ou bruta, a flor é planejada para proteger os gametas que perpetuarão a espécie.  Nos vegetais superiores as flores dão origem aos frutos que guardam as sementes de outras plantas, outras flores, outros frutos... Frutos que serão alimento de outros seres – das aves, dos animais, dos homens...
Elementos que compõem uma das formas clássicas de um dos gêneros da pintura o vaso de flor e as flores são, desde a antiguidade, uma representação da beleza, do feminino, do sexo, do desejo, dos ciclos da natureza... Enfim, da vida.  Belas e frágeis, essas flores, retiradas do ciclo natural que lhes deu origem ao serem expostas em uma vitrine, permitem que as admiremos. Deslocadas de sua função natural, tornam-se, pelas mãos do homem, uma representação.

Toda representação é desenhada por aquele que toma o objeto para si, imprimindo sobre ele aspectos que dizem respeito à história, formação, cultura – um símbolo. As flores, expostas como um arranjo ou perpetuadas na superfície de uma pintura, transmitem-nos o sentido da beleza, mas também, o fluxo do tempo. Como símbolo, a flor afigura-nos estranha e bela – como a vida.
O objeto exposto em um museu prende-se à lembrança, devoção, amor, afeto, sentimentos que expressam a nossa capacidade de admirá-los – e por eles lembrar. O objeto do museu é como flores colhidas e expostas que, aos poucos, pela nossa presença, transformam-se e são revestidos de sentido. O objeto do museu, como as flores expostas pelo Projeto “As Quatro Estações”, é iluminado pelo olhar daquele que o admira.

Expostas na vitrine essas flores atentam para a re-significação da preservação de objetos nos museus, entendendo-os como algo a ser decodificado pelos sentidos. Os objetos preservados no museu, ao contrário do que muitas vezes imaginamos, são objetos vivos. Pelas mãos do homem que os constrói, vão além: em cada objeto uma lembrança e, em cada lembrança somada, um coletivo constituirá a mínima parte da narrativa que comporá um círculo do qual fazemos parte – a nossa história.

Francisco Magalhães
Museu Mineiro - SUMAV



A Secretaria de Estado de Cultura, a Superintendência de Museus e Artes Visuais-SUMAV e o Museu Mineiro anunciam às mulheres de Belo Horizonte a ação “As Quatro Estações”,  apresentação da  exposição “Vaso de Flor”, proposição do Museu Mineiro que se insere na programação Primavera de Museus 2011, promovido anualmente pelo IBRAM e que tem como tema “Mulheres, Museus e Memórias”.

A ação é uma homenagem a Alberto da Veiga Guignard, e na ocasião da exposição as mulheres (principalmente) são convidadas a relatarem sobre seus sentidos e suas memórias que envolvem as flores, a primavera, a vida ...

No dia 22 de setembro entre 5h30 e 23h a primeira itinerancia da exposição foi realizada na plataforma de Embarque Eldorado - Estação Central/Praça da Estação – Belo Horizonte/MG.


O IGAP - Instituto Geriátrico Afonso Pena, nos dias 19 a 21 de outubro recebeu o projeto. Saiba mais! 



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